Nos últimos anos o mercado de trabalho tem sofrido uma grande mudança de cultura e mindset, em que cada vez mais tem sido discutido a importância do trabalho com propósito, do equilíbrio entre vida profissional e pessoal e claro, os cuidados necessários com a saúde mental.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Glassdoor com 2.017 trabalhadores do Reino Unido, mais da metade dos entrevistados relatou que sentia falta desse equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Essa movimentação do mercado em prol de uma relação mais saudável entre empresa e colaborador, também tem levantado novas questões antes não debatidas, como é o caso da nova tendência que tem sido muito comentada: a demissão silenciosa.
A demissão silenciosa ou quiet quitting, em inglês, é um fenômeno que tem sido incentivado e aderido principalmente pela Geração Z, em que o profissional muitas vezes já não se identifica mais com a cultura da empresa, as tarefas que executa, mas não pode sair do trabalho e por isso deixa de querer progredir e passa a executar somente o necessário da sua função.
OS EFEITOS DA PANDEMIA
Esse movimento ganhou força no cenário pós pandemia, já que as prioridades acabaram sendo reavaliadas e a saúde física e mental tem sido muito mais discutida. Doenças como burnout, ansiedade e depressão, são alguns exemplos do que a demissão silenciosa busca lutar contra e evitar que os novos profissionais cheguem a esses extremos.
Outro ponto importante, mencionado anteriormente, é o propósito. A nova geração tem trazido em pauta a importância de atuar com propósito em qualquer trabalho e depois da comoção causada pela Covid-19, ficou ainda mais evidente a necessidade do autoconhecimento para que cada profissional consiga encontrar o seu verdadeiro propósito e assim possa aplicar ele todos os dias em sua carreira.
MAS QUAL O IMPACTO DESSE MOVIMENTO NO MERCADO DE TRABALHO?
O Brasil registrou cerca de 6.175 milhões de pedidos de demissão nos últimos 12 meses até maio de 2022, segundo a LCA Consultores, e desses 1 a cada 3 desligamentos foram voluntários.
Mesmo em meio a um cenário de alta do desemprego e a dificuldade de recolocação no mercado, ainda assim os profissionais têm pedido demissão em busca de uma maior satisfação profissional e até mesmo melhores salários. Esse movimento, também conhecido como “A grande renúncia” tem corroborado cada vez mais para que a demissão silenciosa se torne comum e seja incentivada.
Falando de profissional para profissional, esse fenômeno parece algo justo, afinal a luta é por uma vida mais equilibrada. Mas qual o real impacto que isso pode trazer para o mercado de trabalho?
A resposta é simples, estamos falando de colaboradores cada vez menos engajados com as ações das organizações, um alto turnover e algo importante, a não promoção da inovação das empresas. Ou seja, quando o colaborador entrega apenas o necessário, ele deixa de contribuir para que novas ideias e projetos surjam, trazendo inovação para as organizações.
Por outro lado, esse movimento pode ser prejudicial não apenas para as empresas, mas também para o profissional. Isso porque a baixa produtividade pode gerar um histórico ruim, fechando as portas para futuras oportunidades e/ou indicações. Dessa forma, a produção mínima pode gerar uma imagem ruim com a empresa, prejudicando carreiras.
E QUAL O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES?
É claro que as empresas devem olhar com muita atenção para esses movimentos a fim de identificar possíveis melhorias em seus processos e até em seu relacionamento para com os colaboradores, com o objetivo de evitar a demissão silenciosa e o principal, promover um ambiente inspirador, de incentivo e equilíbrio para a sua equipe.
Algumas possíveis ações que as organizações podem realizar são:
- Pesquisas de clima recorrentes;
- Eventos/espaços de conversa e discussão para falar sobre esses temas;
- Incentivos e benefícios diferenciados que promovam a qualidade de vida e bem-estar (ex: benefícios para academias);
- Um canal de feedback constante para a empresa;
- Apoio emocional através de especialistas (ex: um psicólogo para conversar frequentemente com os colaboradores);
- Programas de incentivo e reconhecimento;
- Processo seletivo claro e transparente sobre os valores e cultura da empresa;
- Treinamentos de capacitação da liderança;
- Entre outras.
Em cenários como esse, a peça-chave desse trabalho contínuo são as lideranças. Os líderes precisam estar alinhados com a cultura, valores e objetivos da empresa, para que eles se tornem os principais propagadores das mensagens que a organização visa transmitir, além de contribuir para campanhas de incentivo e engajamento dos colaboradores.
O mais importante é que as organizações estejam a par das movimentações que vêm acontecendo, se preparando e claro, que estejam abertas a ouvir seus colaboradores para assim poder implementar as melhorias necessárias.
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