Vale a pena pensar em inovação agora?
Será que devemos falar em inovação em meio à uma pandemia? Agora é hora de pensar em coisas “novas” ou apenas focar as energias na retomada das atividades?
A ideia de que não é hora de falar sobre inovação vem da falta de conhecimento sobre o que é, de fato, ser uma empresa/indústria inovadora. Um erro muito comum ao tratar do assunto, é definir que empresas inovadoras são, necessariamente, empresas da área de tecnologia. A inovação é vista, superficialmente, como a criação de um produto novo, no entanto, para entender o que é inovar, é necessário compreender que não estamos falando apenas de produtos e saber que tudo que é inovador é novo, porém, nem tudo que é novo, é inovador.
Afinal, o que é inovação?
Segundo o Manual de Oslo, documento que é usado como referência mundial no conceito de inovação, inovar é:
Implementar um novo ou melhorado produto ou serviço;
Implementar novos métodos ou melhorados processos de produção, organização ou marketing.
Ou seja, pode ser algo novo, mas pode ser também algo que já existe e foi melhorado. Além disso, não é apenas produto, mas pode ser também processo, estratégia.
Perceba que o conceito traz a palavra “implementar”, pois a inovação só se torna inovação, quanto têm resultados. Uma ideia não é inovadora, ela tem potencial inovador. Agora, se pegamos a ideia, transformamos em produto ou ação e obtemos resultados positivos, aquilo é inovação.
Um exemplo: um produto é inovador quando entra no mercado e passa a ser vendido, movimentando dinheiro. Já a implementação de um novo processo dentro de uma empresa é inovadora quando traz resultados positivos, como economia de recursos, otimização de tempo etc. Perceba que, no último caso, ele não gerou diretamente dinheiro, mas indiretamente, vai impactar nas contas.
“Inovar é caro.” Será?
Outra premissa que se tem sobre inovação, é que fazer qualquer ação relacionada a isso requer grandes recursos. Será que é verdade?
Um setor de P&D realmente pode sair bem caro no início (apesar de poder trazer grandes retornos para a empresa a longo prazo), mas existem diversas formas de trabalhar a inovação na empresa que exigem menos investimento, como:
Banco de ideias: é uma estratégia muito simples e que pode ser aplicada na empresa com baixo custo. Consiste em criar um banco com ideias de melhorias que podem ser feitas. Quem dá as ideias são as pessoas envolvidas na empresa e o ideal é abranger todos os setores. O ponto chave dessa estratégia é conseguir envolver os colaboradores, para isso, é interessante colocar prêmios, recompensas etc, em troca das ideias. A partir do banco, os gestores podem identificar melhorias e iniciar projetos internos e avaliar seus impactos.
Inovação aberta: inovação aberta é quando a empresa busca a solução do seu problema fora da sua estrutura. Atualmente, vê-se muitos projetos de inovação aberta entre empresas/indústrias e startups, sendo que as primeiras trazem o “problema/demanda” e a segunda traz a “solução”. Nesse tipo de inovação, as partes dividem os custos e além disso, é uma estratégia que está em alta e tem várias iniciativas que apoiam projetos do tipo. O gestor que pensa em inovar e quer começar com pequenos investimentos, precisa olhar para essa possibilidade.
Cooperação tecnológica: para projetos mais longos, buscar cooperação com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT) (ex.: universidades) é uma boa estratégia, pois essas ICTs possuem laboratórios e recursos humanos especializados. É uma ótima ação para desenvolver novos produtos ou realizar testes de validação. Os investimentos de um projeto de cooperação são variáveis, mas são menores do que seriam em um projeto individual da empresa.
Uma empresa não se torna inovadora do dia para noite, é um processo que deve começar com a implementação da cultura de inovação e com pequenos projetos, pois é a partir dos resultados (mesmo que pequenos), que as pessoas aderem à causa.
Vale sempre lembrar que empresas inovadoras são altamente competitivas no mercado e atraem profissionais qualificados. Não há desvantagem em investir em inovação e em momentos de crise, pode ser a diferença entre avançar ou morrer na praia.
Como diria Albert Einstein: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.” E você, como está inovando neste cenário de pandemia?
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