Impulsionada pela pandemia do coronavírus, a crise de 2020 atingiu praticamente todos os setores da economia e gerou incertezas e inseguranças em empresas, profissionais e também recrutadores. Dessa forma, 2021 começa ainda incerto e cheio de mudanças na forma de se trabalhar e de se pensar o mercado de trabalho.

Essas mudanças já começaram a impactar os recrutamentos, as habilidades e o que os candidatos apresentam em processos seletivos e entrevistas de empregos, e essas mudanças de comportamento tornam possíveis algumas previsões para o ano recém-iniciado, como, por exemplo, o que os recrutadores devem esperar dos profissionais em 2021.

Candidatos preparados

Segundo uma pesquisa da britânica Totaljobs, empresa de vagas de emprego do Reino Unido, 24% dos candidatos esperam ser contratados em um período de até duas semanas após terem se candidatado, mas isso antes da crise. Especialistas apontam que, a partir de 2021, a expectativa desses candidatos pode se tornar mais flexível, e os profissionais devem parecer mais esperançosos e engajados a melhorarem seus currículos com cursos e outras especializações que os façam se destacar perante à concorrência, que deve aumentar neste ano devido ao alto índice de desemprego registrado no Brasil: em novembro, eram 14,1 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.

Outra tendência no mundo do recrutamento é que a necessidade de gerenciar as expectativas dos candidatos cresceu significativamente nos últimos anos, principalmente em 2020. Cada vez mais, os recrutadores estão se conscientizando dos possíveis danos que podem ser causados ​​a uma empresa quando se oferece um processo seletivo de má qualidade. E isso, também segundo a Totaljobs, é resultado de um aumento na qualificação dos candidatos, que têm se preparado mais para se destacarem.

Experiência do candidato

A Totaljobs também prevê um aumento na expectativa do candidato em relação à sua experiência em processos seletivos. Essa maior exigência começou a ser observada já no ano passado, quando recrutadores começaram a se preocupar ainda mais não apenas com a garantia de oferecer um processo de contratação eficiente, como também com a pressão de garantir que a imagem da empresa não fique queimada com uma experiência ruim aos candidatos. De acordo com uma pesquisa da empresa britânica, 56% dos candidatos ficam com uma imagem negativa da empresa se o processo de seleção for considerado longo ou desorganizado, e 44% compartilham a informação com outros colegas, manchando, de alguma forma, a imagem da companhia.

Candidatos mais exigentes com feedbacks

Apesar da crise e do aumento do desemprego, os candidatos estão cada vez mais exigentes em relação ao retorno da empresa sobre o resultado do processo. Isso se deve, principalmente, à geração atual, acostumada com o imediatismo das redes sociais. Para garantir uma boa experiência ao candidato e evitar uma possível agenda negativa, recrutadores devem se atentar a apresentar um cronograma realista sobre resultados, além de oferecerem um feedback, seja ele positivo, ou negativo. Esse feedback pode vir de um e-mail, telefone, ou mensagem no WhatsApp. Isso é importante, pois 42% dos candidatos se sentem frustrados quando não recebem um retorno.

Experiência personalizada

Os candidatos também esperam por uma experiência de seleção personalizada, e a exigência deve aumentar neste novo ano, também impulsionada pelo imediatismo das redes sociais.

A ideia de que a empresa pode fazer o que quiser em um processo seletivo, pois é ela que oferece a vaga ao candidato, já está ultrapassada. Apesar da crise, profissionais estão mais exigentes e podem ajudar na agenda positiva da sua empresa, caso passem por um recrutamento eficiente e ideal, e as companhias devem ficar atentas a essa nova tendência.

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