A indústria 4.0 está mudando o contexto do trabalho, deixando em evidência profissões que sequer existiam há dez anos. As novas tecnologias, digitalização e todas as demais mudanças que ela trouxe exigem dos profissionais habilidades e competências não somente técnicas, mas muito mais voltadas para as relações interpessoais, como capacidade de comunicação, colaboração, trabalho em equipe e assertividade.
Ao entender que as máquinas substituem tarefas e não pessoas, é possível compreender a importância do fator humano nos processos e nas relações com colegas de trabalho, fornecedores, clientes e demais stakeholders. Da mesma forma que a tecnologia muda constantemente o dia a dia de trabalho, ela também impacta nessas relações interpessoais e o profissional que melhor se adaptar e aproveitar essa mudança terá mais chances de sucesso no mercado.
A digitalização das relações
Se por um lado a digitalização tirou as barreiras da comunicação entre amigos e familiares, no sentido de conectar pessoas que estão distantes fisicamente, é possível enxergar a mesma situação no ambiente profissional. Um gestor pode mandar mensagens, por email ou telefone, para um colaborador, mesmo que este esteja fora do local de trabalho e, o mais importante, fora também do horário de trabalho.
O problema não está necessariamente no envio da mensagem, afinal, talvez esse seja o melhor horário para o gestor trabalhar, mas sim na expectativa de uma resposta rápida ou que a demanda repassada seja resolvida até o colaborador retornar ao trabalho, sem levar em consideração o tempo de descanso do outro. Por vezes, o próprio trabalhador pode enviar mensagens para um colega, mesmo sem a relação hierárquica, e ter a expectativa da resposta ou resolução rápida.
Nesse momento, a habilidade de sentir empatia pelo tempo do outro e até mesmo o bom senso se fazem essencial para manter a boa relação de trabalho. A tecnologia permitiu às pessoas trabalharem e se comunicarem em tempos e locais diferentes, porém, a expectativa de resposta ou mesmo ansiedade precisam ser controladas e corresponder à realidade do outro.
A linha tênue entre o online e offline
Uma das grandes vantagens dessa digitalização das relações no meio profissional é a dos colaboradores mais tímidos se sentirem mais confortáveis em expressar uma ideia ou mesmo passar um feedback a um colega. A preferência pela comunicação escrita e o tempo maior para pensar antes de responder facilitam a conversa para esse tipo de profissional.
Por outro lado, esses mesmos aspectos podem passar a impressão de liberdade e intimidade que, na verdade, não existem. É comum colaboradores expressarem pensamentos, “brincadeiras” e outros tipos de situações facilmente no meio digital e que não o fariam se a conversa fosse pessoalmente. Esse tipo de atitude, além de anti-profissional, pode causar problemas e desconfortos entre colegas, prejudicando o trabalho de ambos.
Vale ressaltar que os meios digitais deixam tudo registrado, então, mesmo que ninguém mais “veja” uma conversa nada profissional, quem se sentir desconfortável com algo terá meios para provar a má conduta do colega. Assim, de maneira geral, quem não possui uma boa relação interpessoal no meio offline, é provável que também não a tenha no meio digital.
As competências interpessoais impulsionadas pela digitalização
Apesar dos problemas citados anteriormente, a digitalização tem um potencial muito grande de destacar os profissionais com boas competências e habilidades interpessoais, tornando-os mais competitivos no mercado de trabalho. Um profissional que consiga se comunicar bem, de forma clara e assertiva, nos meios offline e online, que engaje e colabore com sua equipe independente do meio de comunicação é extremamente valioso para as empresas.
A comunicação escrita pode ser bastante subjetiva, uma vez que o receptor pode interpretar de maneira errada o tom da mensagem e outros aspectos. Por isso, é tão importante o interlocutor ser consistente nas suas relações e atitudes, para que mensagens verbais e escritas possam ser entendidas da mesma maneira.
Por conta dessa subjetividade, o profissional deve ser capaz de julgar quando algo pode ser comunicado por email ou quando precisa ser pessoalmente, para que não haja chances de más interpretações. Principalmente por conta do perfil do brasileiro, é comum os feedbacks profissionais serem levados para o lado pessoal, assim, nesse momento a habilidade interpessoal é fundamental, tanto para saber passar um bom feedback como para ouvir um.
Saber equilibrar a boa comunicação verbal e escrita e desenvolver habilidades e competências interpessoais são características essenciais para o profissional que deseja se destacar e crescer no mercado.
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